Isabella, O caso Nardoni: Documentário traz imprensa como terceiro personagem e refaz passos da investigação
O Caso Isabella Nardoni aconteceu em 2008 e foi totalmente televisionado pela mídia na época. A reportagem que contava a história da menina de cinco anos que foi jogada da janela do apartamento pelo pai e a madrasta agora vai ganhar um documentário na Netflix com a intenção de trazer novas informações sobre questões que não foram respondidas na época.
No documentário, Claudio Manoel e Micael Langer assumem a direção e desta vez, os dois precisaram recalibrar as emoções e o olhar para contar a história tão emocionante e chocante para o país: “Tratamos como uma história importante para o país, assim como em Simonal, Bussunda e Chacrinha”, explica Micael. “A diferença fundamental é que nos outros eram trabalhos mais biográficos, e aqui fizemos um recorte histórico de um momento em que o país entrou em transe e foi sequestrado por essa narrativa que não saía dos noticiários”, afirmou.
Além disso, os diretores afirmam que o documentário vai contar com depoimentos inéditos da mãe e dos avós da falecida. Outro ponto importante para o documentário foi refazer os passos da investigação e da perícia e averiguar as inconsistências nos depoimentos dos assassinos Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, além, é claro, de mostrar a evolução da presença da história nas páginas de jornais e noticiários da TV: “Até o câmera chorou. Tínhamos o dilema de estar ali, vendo aquilo acontecer na nossa frente, mas precisávamos manter”, conta Langer. “Você não pode se deixar levar pela emoção num momento em que uma mãe, mesmo 15 anos depois, está ali remoendo aquela dor. É muito difícil, mas é o trabalho”,
Desta maneira, o documentário trás de maneira inédita a imprensa como terceiro personagem na narrativa e busca o tempo todo não perder de vista a presença constante da mídia foi essencial para as proporções tomadas pela história ao longo das investigações e do julgamento: “É uma história que também já tem um distanciamento em que cabe tanto revisitar como apresentar para as pessoas que não tiveram contato, porque é uma história com carga humana para todos os lados”, explica Claudio Manoel. “Há muita coisa para revisitar, da necessidade do retroalimentado da mídia com a plateia, o desejo das pessoas por justiça diante das próprias coisas humanas e também diante das nossas estatísticas. Isso, e o mar de impunidade e pouca punição, tornam essa história muito forte”, reflete.
Documentário da Netflix tem o apoio da mãe de Isabella Nardoni
Foi durante uma entrevista ao ‘UOL’, que Ana Carolina Oliveira, mãe da pequena Isabella Nardoni comentou sobre a produção do documentário envolvendo o caso. Na ocasião, Ana Carolina explicou que conversou com a Netflix sobre a série documental e, inicialmente, abraçou a ideia de contar a história da filha: “Quando o Claudio Manoel (codiretor de Isabella: O Caso Nardoni) me procurou para conversar, achei uma boa ideia inicialmente, no sentido de que é a história da minha vida, uma história que marcou e ajudou muitas pessoas”, disse.
Na ocasião, ela explicou que tinha a intenção de marcar a presença da criança para sempre: “Apesar de 15 anos passados, casos de violência contra crianças ainda acontecem. Então, vi uma oportunidade de contar essa história para que a minha filha não fosse nunca esquecida, apesar de que por mim ela nunca será”, disse.
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