Exclusiva: Dos estudos a arte da atuação! Velson D’Souza comenta sua jornada como ator, educador e o retorno ao SBT

Exclusiva: Dos estudos a arte da atuação! Velson D’Souza comenta sua jornada como ator, educador e o retorno ao SBT - Metropolitana FM

Com uma trajetória profissional entrelaçada com o SBT e a família Abravanel, Velson D’Souza se orgulha de ter a emissora de Silvio Santos por trás de muitos de seus trabalhos. O ator, que começou profissionalmente nos palcos sob a direção de Cíntia Abravanel, também conquistou seu espaço na TV, nas novelas de Íris Abravanel, para onde retornou após 13 anos com ‘A Infância de Romeu e Julieta’.

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Em entrevista exclusiva para a Metropolitana FM, Velson compartilhou sua experiência no mundo das artes, desde seu primeiro contato com o teatro, até sua decisão de ir estudar atuação nos Estados Unidos. Além disso, o ator também contou sobre o seu retorno ao Brasil e ao SBT, e o desafio de interpretar Silvio Santos no musical ‘Silvio Santos Vem Aí’.

Velson D’Souza sua trajetória profissional. (Foto: Divulgação/ Osmar Lucas)

Antes de ser ator, você foi jogador de futebol. Como foi essa mudança de carreira profissional?

– Foi uma mudança e tanto. Eu fazia parte de um mundo completamente diferente. Mas ao assistir uma peça do Grupo Tapa, me apaixonei por aquilo. Me inscrevi num curso de teatro da Casa da Comédia do José Renato e ali me apaixonei de vez e percebi que era o que queria fazer da vida. Abandonei o futebol na hora.

O seu primeiro contato com o mundo das artes foi o teatro. Como foi trabalhar com a Cíntia Abravanel? E com Tiago Abravanel?

– Foi maravilhoso. A Cintia sempre foi muito séria. Ela desenvolvia um trabalho lindo de projeto escola com peças lindamente poéticas. Eu tinha assistido “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá” do Vladimir Capella e produção da Cintia, e achei surreal a produção e encenação do espetáculo. Uma peça que fazia refletir e com muita poesia e voltado para o público infantil. Eram superproduções. E a Cintia levava escolas gratuitamente ao teatro, um projeto lindo. Eu tive a honra de fazer o espetáculo “Avoar” do Vlad com a produção da Cintia. Ela me ensinou muito, conversávamos por horas e horas, e ela me guiou no início de carreira. Ter tido a Cintia como minha madrinha no teatro foi fundamental para meu desenvolvimento profissional. Quando conheci o Tiago eu nem sabia que ele era filho da Cintia. Nós fazíamos parte do processo de criação de um espetáculo adolescente desenvolvido pela Maiza Tempesta. Eu me lembro muito bem de ter entrado na sala de ensaio pela primeira vez (eu fui um dos últimos atores a entrar no processo desse musical) e ter escutado o Tiago cantando uma música desse musical adolescente, na hora pensei “Meu Deus como esse menino canta muito”. Isso foi há 20 anos. De lá pra cá desenvolvemos uma amizade e trabalhamos em diversos espetáculos juntos. O Tiago é muito responsável, talentoso, e agregador, uma pessoa que você gosta de ter por perto e um parceiro de cena incrível.

No final dos anos 2000, mesmo com uma carreira consolidada no SBT, você se mudou para estudar dramaturgia nos EUA. O que te motivou a fazer isso?

– Eu sempre fui apaixonado pelo teatro realista americano e pelos atores e atrizes de lá. A maneira como eles atuavam. Eu queria aprender aquilo. Tinha chegado num ponto da minha carreira no Brasil em que eu estava muito confortável, e eu queria mais. Queria me desenvolver mais. Eu me sentia por vezes perdido, sem saber como abordar um texto, que caminho seguir para criar um personagem, me sentia um ator sem técnica. Quando surgiu a oportunidade de fazer o Mestrado em Interpretação (Acting) em Nova Iorque, eu não pensei duas vezes. Era a chance de me aprofundar e me desenvolver como ator e como pessoa. Eu pensei que uma oportunidade daquelas não apareceria duas vezes, então, graças a Deus, fiz a escolha de ir, e foi muito acertada.

Como foi estudar dramaturgia nos EUA? Você encontrou diferenças entre os trabalhos de lá em comparação com os do Brasil?

– Eu não cheguei a estudar dramaturgia lá. Porque quando a gente fala de dramaturgia, normalmente se entende como escrita, roteiro, etc… Mas estudar acting lá foi sensacional. Eu descobri que eu não atuava. Na verdade, eu atuava demais, era fake. Eu forçava demais, interpretava demais. Lá eu conheci técnicas que propõem que o ator viva verdadeiramente as situações que o personagem está vivendo. Aquilo fez muito sentido pra mim. Mudou completamente como eu enxergo o trabalho do ator. Mas mais que isso, me deu ferramentas para que eu conseguisse chegar em resultados mais reais. A parte burocrática também é muito diferente, a maneira como tratam o ator e a maneira como o ator recebe. Por exemplo, eu fiz uma série em 2016 e continuo recebendo até hoje pelo uso da minha imagem. O sindicato americano, o SAG-AFTRA, é muito correto e muito exigente. Eles realmente lutam pelo ator, e por melhores condições de trabalho para os artistas.

Um pouco mais de 10 anos depois, você aceitou voltar ao Brasil por um motivo mega especial. Como foi dar vida a Silvio Santos, no musical ‘Silvio Santos Vem Aí’?

– Foi o maior desafio da minha vida. E de uma responsabilidade que só aumentou ainda mais por eu ter uma história tão próxima ao Silvio e a família Abravanel, tendo a Cintia como minha madrinha no teatro, tendo trabalhado nas primeiras novelas da Íris, e participado do jogo dos pontinhos com o próprio Silvio. É tudo muito especial pra mim. Eu me dediquei demais e entreguei tudo de mim para este papel pois eu queria fazer uma homenagem além de contar verdadeiramente a história do Silvio. Pra isso eu precisava que as pessoas realmente acreditassem que eu era o Silvio por aquelas duas horas de espetáculo.

Estamos acostumados a ver imitações do Silvio muito caricatas. O que você fez para fugir dessa proposta?

– Eu busquei viver o Silvio, pensar como o Silvio. Assim eu fugiria da imitação pela imitação. Eu estudei muito os vídeos de arquivo, vídeos no Youtube, timbre de voz, partitura corporal, mas busquei minimizar tudo isso e tornar real. Acima de tudo, estudei a vida do Silvio e tentei compreender a trajetória e as escolhas dele, para que eu pudesse me identificar e representar o Silvio com realidade. Escolhi diferenciar um pouco o Silvio Apresentador, do Silvio pessoa física, pois não fazemos o Silvio Santos apenas no palco apresentando os programas, mas também a vida fora dos holofotes. Isso foi o mais desafiador. Mas a direção da Marilia Toledo e da Fernanda Chamma foram fundamentais pra me ajudar a encontrar esse equilíbrio.

Agora vamos falar um pouco sobre seu retorno ao SBT, na novela ‘A Infância de Romeu e Julieta’ e sua participação no Bake Off Brasil. Como se sente?

– Extremamente feliz. É como se eu nunca tivesse saído de lá. Me sinto muito confortável no SBT, como se estivesse em casa. Tenho uma relação muito especial com as pessoas de lá, e amo demais aquele lugar. O Bake Off foi uma surpresa maravilhosa na minha vida, aprendi muito! E peguei gosto por fazer bolo, acredite. Amei participar do programa. E a novela veio pra coroar esse retorno. Uma novela diferente, inclusiva, com temas preciosos. Eu estou muito feliz de estar onde estou!

Em ‘A Infância de Romeu e Julieta’, você dá vida ao Fred. O que você mais gosta do seu personagem? E o que menos gosta?

– Eu gosto muito de trabalhar com comédia, e é o que mais gosto de fazer neste trabalho atual, dando vida ao Fred. Mas no personagem em si, o que mais gosto é que ele é um pouco lento no processamento das coisas, e é muito divertido trabalhar com isso. Ele demora muito pra entender certas coisas, e não tem filtro. Mas de característica o que eu mais gosto é que ele é do bem, tem um coração bom, e só enxerga o bem nas pessoas. O que eu menos gosto é o fato do Fred o tempo todo buscar a aprovação do sogro e da esposa. Ele nunca se impõe. Isso é o que menos gosto nele. Ele tem que criar coragem pra se impor.

O que você espera para Fred nos próximos capítulos da novela? Tem alguma dica que você daria para ele?

– Eu diria que ele precisa se preocupar menos com o que as pessoas pensam dele e precisa se impor mais. Ter mais pulso firme. Ele é muito medroso hahaha Eu espero que tenha um ponto de virada em que ele decida fazer aquilo que mais gosta, sem se preocupar com a opinião alheia. E espero que ele encontre algo que o torne mais confiante e decidido.

A novela promete abordar temas como inclusão e diversidade, sendo em uma narrativa infantil. Como você encara esse desafio? Qual é a importância disso?

– Eu acho importantíssimo. Abordar esses temas voltado para o público infantil é essencial para a construção de uma sociedade melhor. Essas crianças se tornarão adultos e serão nosso futuro. Elas vão decidir o rumo que nosso país irá tomar. E acho que precisamos de mais representatividade na TV e Cinema. Por anos nós não fizemos isso e tá mais do que na hora de mudar. Acho a novela um divisor de águas nesse sentido.

Como é a dinâmica nos bastidores? Qual é o clima entre o elenco adulto e o infantil?

– O clima é maravilhoso. Eu não gravo tanto com o elenco infantil, mas estamos sempre juntos nos bastidores. Eu adoro a energia deles. Eles são extremamente responsáveis no set. Nos bastidores temos psicólogas, e fonoaudióloga, além do preparador de atores, que ficam sempre acompanhando as crianças. É um grupo muito harmonioso, a gente se diverte muito.

Além de ator, você também usa todo o conhecimento que adquiriu nos EUA para ministrar aulas de interpretação para atores profissionais. Entre uma gravação e outra, você aplica seu lado educador nos bastidores da novela?

– Eu busco separar bem as coisas. Ali na novela eu sou um dos atores. Assumo esse papel e a responsabilidade de trabalhar ao lado de crianças, jovens atores, onde tenho que dar o exemplo a ser seguido. Sei dessa responsabilidade. Mas eu separo muito bem o fato de ser professor. Ali nos bastidores da novela eu não assumo esse papel, não tento opinar no trabalho de nenhum outro ator, mesmo no das crianças. Acho que não é meu papel. Eu aprendi muito nos EUA essa relação profissional também. Ali eu sou ator. Eu acho muito delicado ator que quer dar palpite na interpretação ou nos métodos de outro ator. Não cabe a ele. Temos preparadores para as crianças e temos diretores que cuidam disso.

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