Seu Jorge se pronuncia pela primeira vez após ataques racistas durante show em Porto Alegre
Seu Jorge se pronunciou pela primeira vez após sofrer ataques racistas durante o seu show na última sexta-feira (14) em Porto Alegre. Em um cenário com a bandeira da cidade, o cantor compartilhou um vídeo de nove minutos para falar sobre o caso.
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O cantor explicou que apenas sócios do clube Grêmio Náutico União foram convidadas, explicando que os funcionários eram os únicos negros do evento.”Era um jantar de gala reservado somente para os sócios do clube. As pessoas negras que eu encontrei foram somente os funcionários. Eu ouvi dizer que eles estavam proibidos de olhar para mim ou falar comigo”, comentou.
Seu Jorge também comentou que escutou os xingamentos e vaias quando finalizou o seu show. “Quando eu chego atrás dos palcos, eu começo a escutar muitas vaias e xingamentos. Logo, por conta disso, eu percebi que não seria possível realizar o famoso bis. Eu não reconheci a cidade que eu aprendi a amar e respeitar. Não era a cidade que eu conheci”, comentou.
O artista afirmou não ter reconhecido a cidade, aproveitando o momento para exigir justiça em seu caso. “Na verdade, o que presenciei foi muito ódio gratuito e muita grosseria racista. Nunca, jamais, nos curvaremos ao racismo e à intolerância, seja ela qual for. Não cederemos um milímetro sequer ao ódio e combateremos e cobraremos das autoridades que a justiça prevaleça e os criminosos sejam punidos”.
Após inúmeras denúncias, o caso está sob investigação. De acordo com a delegada Andréa Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, assim que o clube enviar imagens do show, os profissionais poderão identificar as pessoas.
Confira o vídeo na íntegra:
Esse vídeo do Seu Jorge é um manifesto vivo contra o racismo e também uma luz para guiar nossa atuação em relação ao tema daqui pra frente pic.twitter.com/853vdajqK9
— Leonardo Rossatto (@nadanovonofront) October 18, 2022
Entenda o caso de racismo
Arte também é política. Durante sua apresentação, Seu Jorge teria convidado um jovem de 15 anos para tocar cavaquinho, aproveitando o momento para falar sobre maioridade penal, tocado “nego drama“, do grupo Racionais MC.
Durante todo esse momento, o público o respeitou e curtiu as músicas. Porém, ao sair do palco com a sua banda, o cantor fez o “L” com as mãos, deixando subentendido sua posição política. Segundo testemunhas, o crime aconteceu neste momento. O público teria feito sons de macaco, outros o chamaram de “vagabundo”.
“Começaram a gritar ‘mais um, mais um’, mas, logo em seguida, alguns sons de ‘uh, uh’. Primeiro, eu pensei estarem vaiando. E já parecia estranho pra mim uma pessoa num show começar a vaiar. Depois, eu vi serem movimentos de macaco. Cheguei a ouvir ‘negro vagabundo, vagabundo’ e, depois, pessoas gritando ‘mito, mito”, comentou um anônimo ao G1.
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