The Chosen: Crítica (3ª Temporada) | “É assustador quando você irrita gente importante… mas vale a pena”
“Eu não preciso que você se sinta diferente para fazer grandes coisas.” Dallas Jenkins continua a terceira temporada de The Chosen de uma maneira simples, mas complexa. O diretor e criador do drama histórico se sustenta em seu elenco e em mostrar a humanidade e sensibilidade de personagens tão importantes no contexto cristão e histórico.
+ The Chosen: Estreia da terceira temporada em português será exibida nos cinemas brasileiros
“Acostume-se com o diferente”, pode ser e é uma das frases mais impactantes de The Chosen e resume bem o que é a terceira temporada do drama histórico. Com um roteiro focado nas pessoas que viveram intensamente o ministério de Jesus, Dallas Jenkins acerta mais uma vez em mostrar todas as vulnerabilidades das figuras mais importantes do cristianismo e naquelas que nem sabemos o nome.
Na terceira temporada de The Chosen, alguns dos momentos e milagres mais simbólicos de Jesus são o foco, como o Sermão do Monte, a cura da filha de Jairo, a cura da mulher com fluxo de sangue e a multiplicação dos pães e peixes. A temporada também dá mais importância a Gaius (Kirk B. R. Woller), o romano que começa a conhecer Jesus, e a Yussif (Ivan Jasso), os episódios também apresentam Lázaro, Maria, Marta, Jairo, Joana, Cláudia e Pilatos.
Todos os doze tem o seu próprio momento de brilhar na temporada, entretanto, é Paras Patel (Matheus), Jordan Walker Ross (Simão, o Zelote), Alaa Safi (Tiago, filho de Alfeu), Luke Dimyan (Judas Iscariotes) e, principalmente, Shahar Isaac (Simão) que brilham e tem as cenas mais emocionantes desta nova leva de episódios.
Dallas Jenkins consegue nesta temporada mostrar um lado perdido de Simão, um lado completamente falho e sem saber como prosseguir, e também consegue levar o expectador a ter compaixão por Judas, apesar de ser ele quem trairá Jesus. Todas as interações de Judas com os outros apóstolos torna a sua traição mais pesada, porque ele não só traiu a Jesus, mas aos todos os seus amigos.
Lara Silva retorna Eden, a esposa de Simão Pedro, na produção e, nesta temporada, ela tem um dos papéis mais importantes da narrativa, sendo aquela que vê o marido partir em missões e precisa lidar com a dor da perda sozinha. A dinâmica entre Silva e Isaac eleva a temporada a um novo patamar, principalmente nos últimos episódios da terceira temporada.
Elizabeth Tabish continua brilhando como Maria Madalena e está em sua própria jornada de redenção. Ela viu e teve experiências que nenhum dos doze viveu e talvez seja por isso que é quem melhor entende Mateus.
A terceira temporada de The Chosen também mostra que Jesus está mais cansado, mas isso não o impede, só nos lembra que ele era Deus e era humano. Jonathan Roumie consegue interpretar a complexidade do ensino e da paciência de Jesus, assim como as relações que ele teve com seus seguidores, família e amigos mais próximos. A dor de ter que deixar para trás o lugar que nasceu é um dos momentos mais pesados da temporada.
A relação de João (George H. Xanthis), Tiago (Abe Bueno-Jallad) e Simão com Jesus é também melhor explorada. E cada interação do trio com Jesus e entre eles demonstra que em certos momentos eles precisam ser relembrados do peso e das consequências de suas escolhas.
The Chosen é uma série que não substitui a Bíblia, mas é uma produção com um foco diferente de uma história que a maioria das pessoas conhece ou já ouviu algo a respeito. A série não é exclusiva para o público cristão, ela é uma produção delicada que apresenta uma visão pouco explorada do drama histórico entre os apóstolos e Jesus.
NOTA: 9,8/10
Saiba mais sobre The Chosen:
+ The Chosen: Confira os melhores momentos das três primeiras temporadas
+ The Chosen: Saiba onde assistir à segunda e terceira temporada da série criada por Dallas Jenkins