Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton: Crítica | “Sua linhagem continuará. Nossa linhagem”

Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton: Crítica | “Sua linhagem continuará. Nossa linhagem” - Metropolitana FM

Você não quis pular o muro”. O elenco de Rainha Charlotte é um dos pilares do sucesso da minissérie, India Amarteifio, Corey Mylchreest, Arsema Thomas, Sam Clemmett e Freddie Dennis interpretam perfeitamente Charlotte, George, Lady Danbury, Brimsley e Reynolds, respectivamente, eles estão a vontade e mostram todas as camadas de vulnerabilidade de seus personagens.

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Amarteifio, Mylchreest, Thomas e Clemmett tinham as interpretações de Golda Rosheuvel, James Fleet, Adjoa Andohm e Hugh Sachs para se espelhar e, mesmo assim, conseguiram criar uma nova versão dos personagens que exemplifica a razão do porquê de seus personagens serem o que são em Bridgerton.

Um brinde precisa ser dado a Rhimes pela trama. A showrunner acerta ao dizer — no primeiro minuto — que a minissérie não é uma aula história, mas uma ficção inspirada em fatos e que as liberdades narrativas foram intencionais. Dito isso, se você não terminou a minissérie em lágrimas, sinto muito, mas você assistiu errado. A trama começa mostrando como a sociedade miscigenada vista em Bridgerton não era comum e que só se tornou possível devido ao casamento entre Charlotte e George.

Cena de "Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton" (Foto: Reprodução/Netflix)

Cena de “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton” (Foto: Reprodução/Netflix)

Devido ao casamento real, Agatha Danbury se tornou Lady Danbury. Arsema Thomas interpreta uma Agatha Danbury casada com um homem bem mais velho, uma jovem prometida em casamento aos três anos que teve todas as suas escolhas pessoais substituídas pela do seu marido.

Lady Danbury apresenta uma história de liberdade, uma liberdade que começa a ser explorada quando ela conquista o título e é definitivamente alcançada após a morte de Herman Danbury (Cyril Nri). Agatha não o odiava, mas vê-la redescobrindo quem ela é, do que ela realmente gosta e renunciando a um possível amor por sua liberdade e a dos filhos mostra o quanto ela cresceu para se tornar a mulher respeita e relevante na alta sociedade de Bridgerton.

Lady Agatha Danbury em "Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton" (Foto: Reprodução/Netflix)

Lady Agatha Danbury em “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton” (Foto: Reprodução/Netflix)

Com o casamento real também temos interações entre Brimsley e Reynolds, os secretários da rainha e rei, foram de alívio cômico para o motivo das minhas lágrimas. A relação dos secretários é de pura devoção ao casal real, a construção da relação entre Brimsley e Charlotte é construída com calma, de uma sombra da rainha, ele se torna aquele que sofre e percebe a sua dor.

Entretanto, a relação de Brimsley e Reynolds vai além de secretários, eles vivem uma delicada história de amor, eles são responsáveis por uma das transições mais bonitas da minissérie.

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A trama principal de Rainha Charlotte é a construção do relacionamento entre Charlotte e George. Um casamento arranjado com potencial para se tornar algo verdadeiro que quase vira um nada devido aos segredos. Charlotte é uma jovem forte que aprende com Agatha a sua real importância para uma sociedade dividida e aprende sozinha que ela é A Rainha. George é um jovem criado para ser rei que sofre em silêncio pela pressão de ser o líder da nação mais poderosa do mundo. Um rei que se apaixona perdidamente por sua rainha e que utilizará os mais torturantes métodos para ser curado dos seus surtos de loucura. A relação de Charlotte e George dá certo, finalmente, quando os dois se abrem em suas fragilidades.

Além da trama principal, Shonda Rhimes dá uma aula ao mostrar como existem várias percepções do que é o amor: Violet Bridgerton (Ruth Gemmell) apresenta um amor idealizado, a viscondessa foi amada por seu falecido marido e o amou da mesma maneira; Agatha Danbury (Adjoa Andoh), uma mulher que só conheceu o amor quando o marido morreu que viu no casamento uma obrigação; Rainha Charlotte (Golda Rosheuvel), uma mulher que conhece o amor verdadeiro, mas precisa lidar que seu marido não está bem sempre presente e bem e Princesa Augusta (Michelle Fairley), uma mulher poderosa que ama o filho e precisa proteger o seu legado custe o que custar.

Cena de "Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton" e "bridgerton" (Foto: Reprodução/Netflix)

Cena de “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton” e “bridgerton” (Foto: Reprodução/Netflix)

Rhimes também acerta ao expor o racismo nem tão velado da sociedade por Lady Ledger (Katie Brayben) que diz que eles — a aristocracia não-branca — não deveria se misturar com eles e quando a Princesa Augusta chama a ascensão dessa aristocracia de experimento. Outro ponto certeiro do roteiro foi a delicadeza com que os surtos de George foram tratadas, são cenas duras e difíceis de assistir, mas delicadas.

A trilha sonora de Rainha Charlotte segue o alto padrão de Bridgerton, Kris Bowers continua como o responsável pelas composições e trouxe as versões orquestradas de Halo (Beyoncé), If I Ain’t Got You (Alicia Keys) e I Will Always Love You (Whitney Houston).

Após duas temporadas de Bridgerton, Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton trouxe um novo vigor para a franquia. A minissérie que aborda os primeiros anos de Charlotte como rainha do Reino Unido apresenta uma trama concisa, madura e com várias perspectivas sobre o que é o amor.

Rainha Charlotte tem a assinatura de Shonda Rhimes, a criadora mostra com a minissérie o porquê dela ser uma das maiores roteiristas dos últimos tempos. Rhimes sabe como contar uma história e como envolver os protagonistas nesta trama sem que eles percam a sua própria trajetória no meio do caminho.

NOTA: 10/10

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