Peter Pan & Wendy: Crítica | “Eu acho mesmo que crescer pode ser a maior aventura de todas”

Peter Pan & Wendy: Crítica | “Eu acho mesmo que crescer pode ser a maior aventura de todas” - Metropolitana FM

Peter Pan & Wendy é novo live-action da Walt Disney Pictures que conta a história do famoso menino que se recusa a crescer, luta com piratas e não pode ter sua vontade negada. O filme de David Lowery apresenta dois opostos: ou você é criança para sempre e sonha ou você envelheceu e perdeu completamente aquela ingenuidade de acreditar que os sonhos são possíveis de serem realizados.

Os opostos são representados por Peter Pan e por Gancho, perfeitamente interpretados por Alexander Molony e Jude Law, respectivamente. Molony traz ao filme a inocência e deboche o qual Peter Pan vem sendo representado ao longo das gerações e Law traz camadas ao capitão e justificativas do porquê dele ser o antagonista de Peter.

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Wendy Moira Angela Darling é o balanço entre os opostos, a protagonista começa a trama se preparando para ir ao internato, com medo do que crescer significa e tendo que lidar com dois irmãos mais novos. Wendy não é uma menina que precisa ser salva, ela é líder e fala verdades que Peter precisa escutar e que ninguém tem a coragem de dizer: ele se tornou um ícone graças aos Meninos — e meninas — Perdidos, a Tinkerbell (Yara Shahidi) e a Princesa Tigrinha (Alyssa Wapanatâhk).

Ever Anderson é a Wendy perfeita, mas em três momentos ela rouba a cena: quando ela assume a liderança para proteger os seus irmãos e os meninos perdidos, quando está para pular do navio e pensa em seu futuro que a deixa feliz e quando ela escuta Peter e entende o que ele está sentindo.

Ever Anderson é Wendy Darling em "Peter Pan & Wendy" (Foto: Reprodução)

Ever Anderson é Wendy Darling em “Peter Pan & Wendy” (Foto: Reprodução)

A animação de 1953 é criticada — com razão — por seu forte teor preconceituoso em relação aos indígenas e pela sexualização de Tinkerbell. No live-action, Lowery e Toby Halbrooks, resolvem essas questões facilmente: a Princesa Tigrinha não é uma jovem indefesa, ela escolhe ajudar os Meninos Perdidos e Peter Pan, a quem ela chama de “irmãozinho” e o salva. O restante de seu povo é mostrado tão brevemente que é facilmente esquecido.

Tinkerbell — Sininho para os mais velhos — foi alvo de críticas, pois Lowery escolheu uma atriz negra para interpretar a fada que provou ser a escolha perfeita. Shahidi apresenta uma Tinkerbell engenhosa e, ao contrário de outras versões, amiga de Wendy. A roupa da fada não é sexualizada e ela é escutada por aqueles que realmente querem ouvir a sua voz.

O filme de Lowery é cheio de simbolismos, o diretor acerta na escalação das crianças e nelas promove a inclusão, são crianças de diversas etnias. Ele escolheu meninas para fazerem parte dos Meninos Perdidos e escalou Noah Matthews Matofsky para interpretar Slightly, o ator é uma criança portadora da síndrome de down.

Lowery acerta ao explorar a relação entre Peter Pan e Gancho, trazendo nuances a relação dos personagens que não eram exploradas. É visível que o vilão da história de Gancho é Peter Pan e não é porque ele cortou sua mão e deu ao crocodilo, mas porque Peter o expulsou depois que Gancho, ainda criança, confidenciou que ele sentia saudade de sua mãe. Gancho é salvo por Smee (Jim Gaffigan) e se torna um adulto rancoroso que não perdoou Peter por tê-lo abandona.

Elenco de "Peter Pan & Wendy" (Foto: Reprodução)

Elenco de “Peter Pan & Wendy” (Foto: Reprodução)

Além de explorar pouco a relação da família Darling, Lowery erra ao tirar certos brilhos que fizeram a animação tão famosa, sim, estou falando de mágica, música e cor. O live-action tem uma palheta mais opaca e não tão saturada, as músicas são principalmente só orquestradas — ninguém canta A Voar! — e a mágica é algo secundário, os irmãos Darling descobrindo como voa foi tão simples que se tornou triste.

Apesar dos pesares, Lowery traz uma nova versão divertida e moderna à história de Peter Pan que encantará principalmente aos adultos. Eles se identificarão com o que perderam da infância e com a pergunta de qual tipo de adultos que eles continuarão sendo.

NOTA: 7,5/10

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