Nosso Sonho: Crítica | “Tem que ter fé, meu faxa”
“Aquele dia eu tirei meus pés do chão” é uma frase que define bem o que Eduardo Albergaria fez com Nosso Sonho: A História de Claudinho e Buchecha. O drama biográfico, além de se sustentar nas atuações de Lucas Penteado e Juan Paiva, também se firma na memória e no amor de Claucirlei Jovêncio de Sousa (Buchecha) em relação a Cláudio Rodrigues de Mattos (Claudinho).
Nosso Sonho começa transportando o expectador com murmúrios do sucesso Quero Te Encontrar. E a partir dos créditos iniciais, Eduardo Albergaria te coloca na trama a partir do ponto de vista de Buchecha (Juan Paiva) e nas influências de Claudinho (Lucas Penteado) e seu pai em sua vida.
“Quem tem talento, não tem patrão.” A trama do drama biográfico pode dar a impressão de ser sobre a origem da dupla Claudinho e Buchecha, mas rapidamente o filme se torna uma história de como Claudinho mudou completamente a vida de Buchecha. Desde a infância, criação do apelido, a momentos de completa descontratação e em sua fé inabalável na vida, em Deus, na futura dupla e nas pessoas.
Nosso Sonho é também sobre amizade, família, perdão e luto. O drama biográfico sabe explorar as emoções e dosá-las na medida certa conforme a trama avança, Eduardo Albergaria acerta na hora de contar sobre Buchecha, mas perde a oportunidade de contar mais sobre a história de Claudinho e em como a dupla influenciou o cenário musical brasileiro.
Com atuações completamente espetaculares de Juan Paiva e Lucas Penteado, a trama de Nosso Sonho consegue avançar. Além dos protagonistas, Nando Cunha brilha como Sr. Claudino de Souza, o pai de Buchecha, e, às vezes com apenas o olhar, o ator consegue transmitir diversos sentimentos, como: orgulho, raiva, inveja e remissão.
As músicas icônicas da dupla e o Rio de Janeiro trazem uma riqueza para a trama do drama biográfico. Albergaria conseguiu mostrar outro ponto de vista do Rio de Janeiro, muitas vezes desconhecido, um Rio da comunidade, um Rio que se firma em seu próprio povo.
“Como é que eu vou fazer sem você, Claudinho?” Nosso Sonho relembra a perda de Claudinho com delicadeza e, apesar de transformá-lo em quase um santo, fica evidente a transformação e a diferença que o MC fez na vida de Buchecha e das pessoas que conviveram com ele. E, se por acaso existia alguma dúvida que o drama era sobre amizade e luto, as cenas exibidas no crédito e, principalmente, a cena pós-créditos, deixam evidente sobre o que se trata o drama biográfico.
NOTA: 9,5/10
Saiba mais sobre Séries e Filmes:
+ Song of the Bandits: Saiba a data de estreia do dorama protagonizado por Kim Nam-gil na Netflix