Creed III: Crítica | Além da luta, Michael B. Jordan cria o seu legado em sua estreia como diretor

Creed III: Crítica | Além da luta, Michael B. Jordan cria o seu legado em sua estreia como diretor - Metropolitana FM

Para quem cresceu assistindo à franquia Rocky, Creed (2015) surgiu como uma brisa em um dia quente de verão, isto é, foi um retorno ao universo criado por Sylvester Stallone em 1976 muito bem-vindo. Quando fomos apresentados a Adonis Creed (Michael B. Jordan) em 2015, percebemos que este lutador tinha todo o potencial para ser o Rocky (Sylvester Stallone) e apresentando realidades que até pouco tempo atrás seriam impossíveis de serem assistidas no cinema.

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Creed III é a consagração de Adonis Creed, o filho de Apolo Creed (Carl Weathers) é um campeão recém-aposentado com a vida dos sonhos. Adonis administra a Academia de Boxe Delphi com seu antigo treinador Tony “Little Duke” Evers Jr. (Wood Harris), o casamento com Bianca (Tessa Thompson) prospera e seu relacionamento com Amara (Mila Davis-Kent) prospera, a filha do protagonista traz um brilho e uma leveza a trama.

E, pela primeira vez, a Philadélfia se torna passado e Los Angeles é a cidade central do filme. O roteiro de Zach Baylin e Keenan Coogler acerta em fazer um filme inteiramente sobre Adonis, enquanto Creed e Creed II (2018) trazem um co-protagonismo com Rocky Balboa (Stallone), o terceiro faz a história de Creed se sobressair. O passado do campeão é um pouco mais explorado e, infelizmente, a relação com Dame Anderson (Jonathan Majors) é explorada superficialmente.

Entretanto, mesmo o roteiro só pincelando o fato da irmandade ter se tornado um ressentimento, as atuações de Majors como um ex-detento e Jordan como um privilegiado é algo a ser destacado. Os dois personagens com trajetórias tão diferentes se enfrentam sutilmente desde o momento em que Dame aparece e claramente Adonis não quer enxergar que o “irmão” está com ódio.

Pessoalmente, algo que senti falta no longa é mostrar como o ressentimento de Dame se formou, o garoto que iria até as últimas consequências para salvar Adonis, assistiu todas as suas lutas da prisão e escreveu cartas para o antigo amigo, quer derrotá-lo a todo custo.

O núcleo familiar de Adonis é um dos pontos altos de Creed III, a integração da linguagem de sinais no cotidiano de Adonis e Bianca porque Amara é uma criança surda e o protagonista ensinando Dame a se comunicar é um exemplo de acessibilidade. Bianca continua sendo a âncora do protagonista que precisa renunciar aos seus sonhos devido a seu próprio diagnóstico.

Mary Anne (Phylicia Rashad) quando aparece é para trazer o melhor e o pior de Adonis, ela serve para mostrar os privilégios que ele teve, entretanto, ele também enxerga que ao esconder as cartas que Dame escreveu, ela o fez para que ele não afundasse como o amigo.

E, como Creed III ainda aborda o mundo do boxe amador e profissional, as lutas tiram o fôlego e levam o expectador para dentro do confronto, como os animes dos anos 90. Michael B. Jordan não disfarças as suas influências nos mangás e animes, ele acerta ao dar sua identidade ao filme respeitando o passado e com foco no futuro.

Aos fãs de Rocky como eu, prestem atenção na última música da trilha-sonora, ela aquece o coração.

Nota: 8,5/10

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