Besouro Azul: Crítica | “Talvez seja hora de termos nosso próprio herói”

Besouro Azul não é só mais um filme de super-herói, mas é uma história sobre família e orgulho latino. Ángel Manuel Soto conseguiu acumular tanta referência na história de origem de Jaime Reyes que até aqueles que não aguentam mais super-heróis vão se divertir com o filme.

+ Tem que esperar o filme acabar! ‘Besouro Azul’ tem duas cenas pós-crédito

“O Escaravelho escolheu você por uma razão.” Besouro Azul foi pego no meio da troca de comando da DC Studios, entretanto, isso não afetou em nada o direcionamento da trama. Ángel Manuel Soto e Gareth Dunnet-Alcocer criaram uma história envolvente — isso não quer dizer que é perfeita — mas fiel ao seu propósito: contar a história de um herói de origem latina.

Xolo Maridueña consegue apresentar um Jaime Reyes dedicado e completamente apaixonado por sua família. Apesar de ser o protagonista, Maridueña segura bem a trama devido ao apoio do elenco, destaque para Bruna Marquezine, George Lopez e Adriana Barraza que brilham e roubam a cena como Jenny Kord, Rodi e Nana.

O núcleo familiar de Jaime Reyes é mais do que um alívio cômico do filme. A família é a base de quem o herói é e o que ele vai se tornar. Afinal, ele é completamente influenciado por seus exemplos em casa. A expressão “ninguém solta a mão de ninguém” é a realidade da família Reyes.

Infelizmente — ou não, Susan Sarandon acabou apagada em Besouro Azul. Apesar de Victoria Kord ser uma vilã clássica e essencialmente má, o seu tempo de tela é irrelevante. Entretanto, a interação entre Sarandon e Marquezine fará os brasileiros sorrirem e ficarem orgulhosos.

Bruna Marquezine está um espetáculo a parte e está pronta para conquistar Hollywood. Ela não se intimida ou se diminui. Toda a força da mulher brasileira está presente.

“A vida não para de nos dar golpes inesperados.” O roteiro de Besouro Azul é cheio de referências e é completamente orgulhoso da cultura latina, Gareth Dunnet-Alcocer não economizou nas referências e ter atores de origens latinas nos papéis principais ajudou a fazer as piadas e as citações darem certo — alô, fãs de Maria do Bairro e Chapolin!

O roteiro acerta ao mostrar os preconceitos velados que os latinos sofrem e em mostrar que a comunidade latina tem a sua cultura e a sua própria história. Com um começo acelerado e envolvente, o filme acaba perdendo um pouco o ritmo da metade para o final. Entretanto, Ángel Manuel Soto arranca um último suspiro uma das cenas pós-créditos e nos deixa ansiosos para um possível segundo filme.

Besouro Azul não é só mais um filme de super-herói, entretanto, ainda é um filme de super-herói com fórmulas batidas. O filme de Soto abraça a América Latina com orgulho e funciona bem como filme independente do Universo DC. Emocionante nos momentos certos, Besouro Azul é um bom começo para o universo que James Gunn e Peter Safran estão criando.

NOTA: 8,5/10

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