A Pequena Sereia: Crítica (sem spoiler) | “Você escutou a minha voz”
“Mas uma sereia não tem lágrimas, e, portanto, ela sofre muito mais. (Hans Christian Andersen)”. A Pequena Sereia sempre foi a minha princesa favorita da Disney, a animação de 1989 tinha as melhores músicas, os melhores personagens e a melhor história — na minha humilde opinião — o meu medo quando foi anunciado o live-action era que Rob Marshall estragasse algo que amei e ainda amo. Mas como eu estava errada, Marshall entregou um filme delicado e apaixonante.
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O diretor teve a ousadia de escalar Halle Bailey para viver Ariel e, apesar das críticas em relação a escalação, Bailey provou ser a escolha perfeita — ela é a Ariel, tem o carisma, a inocência e A voz da pequena sereia que todos aprendemos a amar.
O elenco como um todo é muito bom! Jonah Hauer-King trouxe mais personalidade ao Príncipe Eric e Melissa McCarthy entrega uma Úrsula tão debochada, envolvente e perigosa que faz você não tirar os olhos da tela para ver sua atuação. Daveed Diggs e Awkwafina são os melhores de todos! Eles levam a interação de Sebastião e Sabidão para outro nível de tão bom que estão. Jacob Tremblay — mesmo com um CGI bem questionável, prometo que todo mundo irá amar o Linguado — é o melhor amigo que uma sereia poderia ter.
Vamos falar de sereias? As irmãs de Ariel são lindas, mas é isso, é explicado que cada uma é governante de um mar, entretanto, a aparição delas é tão pequena que faltou mais detalhes. Javier Bardem apresenta um Rei Tritão mais parecido com o personagem da animação A Pequena Sereia: A História de Ariel (2008), um pai superprotetor que perdeu a mulher que amava para os humanos e separou completamente os seres do mar da superfície.
Jude Akuwudike e Noma Dumezweni como Grimsby e Rainha Selina, respectivamente, são a âncora do Eric. Eles demonstram todo amor e carinho pelo príncipe na mesma intensidade que Sebastião e o Rei Tritão demonstram com Ariel.
O roteiro de Jane Goldman e David Magee tem os seus erros, o passado e a relação entre Tritão e Úrsula não é quase nada explorado e as irmãs da Ariel foram esquecidas no recife. Mas, no geral a história foi bem acertada, principalmente ao dar ênfase no que a Ariel sempre ansiou e por dar uma história a Eric, eles buscam o mesmo e se complementam lindamente.
Para entregar este live-action, Marshall trouxe de volta Alan Menken e adicionou Lin-Manuel Miranda para reviverem as canções antigas e criarem novas músicas. As três músicas novas são incríveis: tanto Wild Uncharted Waters (No Fundo Dessas Águas) quanto For The First Time (Tudo Tão Novo) são lindas e The Scuttlebutt (Zum Zum Zum) é divertida e puro Miranda, o acréscimo de mais uma reprise de Part of Your World (Parte do Seu Mundo) não é nenhum pouco desnecessária, ela traz a verdadeira humanidade a Ariel.
As novas versões de Under The Sea (Aqui no Mar) e Kiss The Girl (Beije a Moça) ganharam um ritmo mais caribenho que combinou muito com o live-action. Eu senti falta de alguma música estilo Daughters of Triton (Filhas do Tritão) ou She’s In Love (Original Broadway) para apresentar as irmãs de Ariel ou mostrar mais da relação entre elas.
As cenas no mar estão lindas e deslumbrantes, assim como as cenas em terra firme. O live-action está coloridíssimo e as cenas mais escuras são completamente necessárias para contar a história. Apesar do receio com o CGI do Linguado, ele não está tão ruim quanto todo mundo achou que estaria, tem um detalhe que é bem mais perturbador e não é com o melhor amigo da Ariel.
A Pequena Sereia se consagra como um dos melhores live-actions da Disney. A história tem um tom mais adulto, mas a fantasia da animação de 1989 continua lá, Halle Bailey e Jonah Hauer-King tem muita química, Melissa McCarthy honra a vilã clássica e Daveed Diggs e Awkwafina roubam a cena. O live-action merece ser visto nos cinemas e posteriormente na Disney+ de tão lindo que está.
NOTA: 9,5/10
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