Em nota, novo ministro da Defesa afirma que Golpe de 1964 deve ser “compreendido e celebrado”
De acordo com Braga Netto, o “movimento” serviu para pacificar o país
Por: Murilo Amaral Feijó | 30 março - 20:32
O novo ministro da Defesa, general Braga Netto, assinou nesta terça-feira (30) uma nota oficial “alusiva ao dia 31 de março de 1964”, data em que foi iniciada a ditadura militar no Brasil. No comunicado, o ministro afirmou que a data e o “movimento de 64” devem ser “compreendidos e celebrados”.
Braga Netto acaba de ser nomeado para o Ministério da Defesa pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após o anúncio do general Fernando Azevedo e Silva sobre sua saída do cargo, na última segunda-feira (29). A exoneração de Azevedo e Silva acarretou na saída dos comandantes das Forças Armadas.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Na ordem divulgada pelo Ministério da Defesa, o novo ministro afirma: “Os brasileiros perceberam a emergência e se movimentaram nas ruas, com amplo apoio da imprensa, de lideranças políticas, das igrejas, do segmento empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das Forças Armadas, interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de março de 1964”.
Ele também destaca que, com o início da Guerra Fria, surgiu no Brasil “um cenário de inseguranças com grave instabilidade política, social e econômica” e afirmou a presença de uma ameaça à paz e à democracia, na época.
O ministro afirma que as Forças Armadas, em 1964, agiram para “pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos”.
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Por fim, ele garante que a Marinha, o Exército e a Força Aérea estão presentes para combater os desafios atuais, como “questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias”.
“O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março”, conclui o ministro.
Confira aqui a íntegra da Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964, assinada pelo ministro Braga Netto e divulgada pelo Ministério da Defesa.
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