Eduardo Bolsonaro fala que ditadura militar foi ‘vontade popular’
A ditadura militar no Brasil (1964-1985) deixou 434 mortos e desaparecidos
Por: Marina Ponchio Gomes Ferreira | 31 março - 16:09
Em suas redes sociais na manhã desta quarta-feira (31) o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) defendeu que a ditadura militar foi feita “seguindo a lei” e a “vontade popular” para garantir a “democracia”.
O parlamentar escreveu a declaração e ainda sugeriu que seus seguidores assistissem um discurso realizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na época em que ele ainda era deputado federal.
Quer saber mais sobre como as Forças Armadas agiram em 1964 seguindo a LEI e a VONTADE POPULAR, para garantir a DEMOCRACIA?
Assista esse discurso do então Deputado @JairBolsonaro, realizado em 2014 (mas que também segue bastante atual e pertinente):https://t.co/zFMB8J7xOk
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) March 31, 2021
A aprovação da ditadura militar já acontece no governo Bolsonaro desde início, mas voltou a ter mais foco de críticas e discussões, após a declaração do ministro da Defesa, Braga Neto, que afirmou que o golpe de 1964 serviu para “pacificar o país” e que deveria ser celebrado.
“As forças armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o país, enfrentando os desgastes para organizá-la e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos”, disse o general.
A ditadura de 1964
O Golpe Civil-Militar de 1964 aconteceu entre 31 de março a 9 de abril e realizou a tomada de poder, subvertendo a ordem existente no país e dando início a ditadura militar, regime que se estendeu até 1985 e foi caracterizado por sequestros, censuras e execuções cometidas por agentes do governo. A ditadura deixou 434 mortos e desaparecidos.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, se manifestou sobre a declaração e publicou hoje (31) em suas redes sociais que a ditadura não deve ser exaltada.
O dia 31/03 não comporta a exaltação de um golpe que lançou o país em anos de uma ditadura violenta e autoritária. Ao contrário: é momento de exaltar o valor da nossa democracia conquistada com suor e sangue. Viva o Estado de Direito. #DitaduraNaoSeComemora
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) March 31, 2021
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