Durante a pandemia, hospitais das forças armadas tem 85% de vagas em enfermarias e UTIs ociosas e custam R$ 2 bilhões ano para o Governo
Segundo TCU, a reserva de vagas aos militares infringe os princípios da dignidade humana e viola o dever constitucional do Estado de oferecer acesso à saúde de forma universal
Por: Larissa Placca | 06 abril - 23:28
Após determinação do TCU (Tribunal de Contas da União), as Forças Armadas divulgaram dados sobre ocupação de leitos para pacientes com Covid-19 nos hospitais militares.
Os dados revelam que as Forças bloquearam leitos à espera de militares em enfermarias e UTIs (como uma espécie de ‘reserva’) e que há unidades com até 85% de vagas ociosas.

Foto: Agência Brasil/Divulgação
O TCU agora investiga possíveis irregularidades por parte de Ministério da Defesa, Exército, Aeronáutica e Marinha ao não abrirem os leitos das unidades militares de saúde destinados a pacientes civis com Covid-19.
Essas unidades tiveram um custo de, pelo menos, R$ 2 bilhões do Orçamento da União em 2020, segundo auditoria do TCU.
Eles defendem que hospitais militares deveriam fazer convênios com o SUS para ampliar atendimentos à população durante essa fase mais crítica da pandemia, quando foi registrado um colapso generalizado das redes públicas de saúde nos estados.
Ao contrário, a reserva de vagas aos militares infringe os princípios da dignidade humana e viola o dever constitucional do Estado de oferecer acesso à saúde de forma universal.
Divulgadas no site das Forças Armadas, as planilhas registram que leitos são reservados exclusivamente a militares e seus familiares.
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