USP confirma variante sul-africana da covid encontrada em Sorocaba
A cepa preocupa especialistas por ser mais transmissível e ter a capacidade de escapar das respostas imunes de vacinas
Por: Caroline Ripani | 07 abril - 13:58
Em entrevista ao Jornal da USP nesta quarta-feira (7), pesquisadores confirmaram que a amostra coletada em Sorocaba, no interior paulista, é da variante sul-africana do novo coronavírus.
Desde que o caso foi registrado, em 31 de março, já havia suspeitas de que poderia se tratar da cepa encontrada na África do Sul em dezembro de 2020.

Foto: Reprodução/Pixabay
A variante preocupa especialistas por ser mais transmissível e ter a capacidade de escapar das respostas imunes de vacinas ou infecção anterior pelo vírus.
O estudo foi feito por pesquisadores sob coordenação do Instituto Butantan, e contou com a parceria da USP (Universidade de São Paulo), e de outras instituições de pesquisa.
No ensaio, foram sequenciados 217 genomas do vírus, através de amostras coletadas em cidades paulistas, como Sorocaba, Araçatuba, Marília, Taubaté, Campinas e Ribeirão Preto, além de munícipios das regiões da Grande São Paulo e da Baixada Santista.
Entre os genomas analisados, 64.05% correspondiam à variante amazônica; outros 25.34% eram da linhagem do vírus que mais circulava no país antes da aparição da cepa de Manaus; 5.99% eram da mutação surgida no Reino Unido e um caso era da cepa sul-africana.
Variante importada
De acordo com o pesquisador Rafael dos Santos Bezerra, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), não há como saber precisamente de qual forma a cepa sul-africana chegou no interior paulista, visto que, a paciente infectada não viajou ao país, nem teve contato com pessoas que estiveram lá.
“Temos apenas uma sequência e estamos trabalhando no rastreamento de outras possíveis pessoas que tiveram contato com o paciente. Entretanto, a hipótese mais segura nesse instante é que seja uma cepa importada, pois Sorocaba é uma área de indústrias com alto fluxo de pessoas, porém, apenas com mais isolados poderemos confirmar um possível evento de convergência”, explicou Bezerra ao Jornal da USP.
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