De DJ Marlboro a Anitta, como o funk se tornou o ritmo mais ouvido entre os jovens no Brasil

De DJ Marlboro a Anitta, como o funk se tornou o ritmo mais ouvido entre os jovens no Brasil - Metropolitana FM

Quem escuta o funk hoje pode não imaginar a jornada que foi para este gênero musical dominar o Brasil e o mundo.

Atualmente, o ritmo é o preferido dos jovens brasileiros, mas acredite: nem sempre foi assim.

“O funk já contava com uma boa parcela de ódio muito antes de se falar em ‘haters’. Já nos anos 90, era incluído num pacote de música brasileira desprezível, inculta, junto com os também populares axé music e pagode romântico. Desde então, passaram por um processo de reavaliação. E nos anos 2000 ressurgiram, diante do senso comum, como expressões legítimas de uma cultura brasileira. Hoje, o funk tem mais de 30 anos de história, está arraigado no imaginário do brasileiro, formou público fiel e gerações de artistas”, explica o jornalista e escritor Silvio Essinger, autor do livro “Batidão: Uma História Do Funk”, essencial para o entendimento do movimento.

Sim. São 32 anos de história no Brasil. Por isso, não tem como negar: o funk é muito importante por aqui e como ocorreu a evolução desse ritmo musical. Como nasceu? Quais as referências, os grandes nomes e os marcos? É isso (e mais) que vamos descobrir!

Do funk ao funk

O funk é um estilo musical que surgiu através da música negra norte-americana no final da década de 1960. Na verdade, o funk se originou a partir da soul music, tendo uma batida mais pronunciada e algumas influências do R&B, rock e da música psicodélica.

De fato, as características desse estilo musical são: ritmo sincopado, a densa linha de baixo, uma seção de metais forte e rítmica, além de uma percussão (batida) marcante e dançante.

O início do funk

O início do funk (Foto: BETWAY)

Mas quem hoje dança ao som dos hits “Me Gusta”, da super estrela Anitta, ou “Vacinabutantan (Bum Bum Tan Tan)”, a música do momento do MC Fioti, mal sabe que o ritmo presente nessas músicas se devem a dois caras que deram a largada no funk brasileiro no já longínquo 1989: o niteroiense Agnaldo Batista de Figueiredo e o carioca Fernando Luís Mattos da Matta.

Agnaldo é o MC Abdullah que fez história ao gravar o “Melô da Mulher Feia”, primeiro funk cantado em português. E Fernando é o consagrado DJ Marlboro, que produziu e lançou um disco histórico chamado “Funk Brasil Vol. 1”, coletânea em vinil que, entre outros, incluía o hit de MC Abdullah.

Na época, munido de uma simples bateria eletrônica doada por um amigo, o DJ Marlboro chamou Abdullah e propôs a gravação de uma versão da música “Doo Wah Diddy Diddy”, do grupo Manfred Mann (1964), que tocava em bailes.

Começava ali a versão brasileira do funk norte-americano que dominava os bailes black desde a década de 70 nos bairros suburbanos cariocas. Um funk abrasileirado com a cara do Miami Bass, vertente do funk feito na Flórida (EUA) com muito grave.

A seguir, mostramos como o ritmo conquistou nosso país. Confira!

Funk no Brasil

Funk no Brasil (Foto: BETWAY)

Para Silvio Essinger o momento de virada para a popularização do funk foi quando, em 1994, a apresentadora Xuxa convoca Marlboro para ser DJ oficial do seu programa e propaga o funk em rede nacional.

“Marlboro conseguiu exposição para os seus artistas no programa da Xuxa. Em 96, Claudinho & Buchecha estariam fazendo essa transição de forma mais eficiente com um CD de estreia que podia ser ouvido sem estranhezas pelo público de Lulu Santos”, diz Silvio Essinger, ao time de conteúdo da Betway, site de roleta online.

Quando lançou o “Funk Brasil Vol. 1”, há 32 anos, DJ Marlboro profeticamente planejou que o sucesso seria nacional e não regional. Estava mais que certo. Depois de conquistar Rio e SP, o funk já tem movimentos fortes em Recife (PE), com seu “bregafunk”, em Minas Gerais, no Espírito Santo e no Rio Grande do Sul, com o “funknejo”.

“O meu plano para o funk era que ele fosse um movimento nacional, com visibilidade internacional, para gerar emprego no Brasil inteiro. Queria que cada região colocasse características locais nas suas músicas, que espelhasse aquilo que as pessoas respiram, seu cotidiano, seu dia a dia. A cultura local está entranhada no funk”, completa Marlboro. E, de fato, ele conseguiu.

O derivado do funk mais presente no Brasil é o funk carioca. Na verdade, essa alteração surgiu nos anos 80 e foi influenciada por um novo ritmo originário da Flórida, o Miami Bass, que dispunha de músicas erotizadas e batidas mais rápidas. Depois de 1989, os bailes funk começaram a atrair muitas pessoas.

Inicialmente as letras falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas, posteriormente a temática principal do funk veio a ser a erótica, com letras de conotação sexual e de duplo sentido. O funk carioca é bastante popular em várias partes do Brasil e inclusive no exterior, chegou a ser uma das grandes sensações do verão europeu em 2005.

Hoje, segundo pesquisa do Datafolha e a consultoria JLeiva Cultura & Esporte, o funk é o preferido da juventude. Na faixa etária de 12 a 15 anos, o gênero é apontado como favorito por incríveis 55% dos entrevistados. Além disso, o ritmo musical é o segundo mais ouvido em 23 estados brasileiros e vem ganhando cada vez mais força também em outros países. Confira!

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Uma coisa é certa: o funk conquistou multidões e, ao longo desses mais de 30 anos de história, já provou que veio para ficar. E, certamente, vem mais sucesso por aí!

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