Após se assumir bissexual, Lucas Souza explica pressão do público e fala abertamente sobre o assunto
Ex-marido de Jojo Todynho e ex-A Fazenda 15, Lucas Souza usou as redes sociais nesse fim de semana para, enfim, se assumir bissexual e dar mais alguns detalhes sobre sua descoberta de sexualidade. O anuncio foi feito através de uma carta aberta no Instagram, mas na noite desse domingo (28), o famoso usou o Twitter para falar também sobre a pressão que sentiu do público para que falasse sobre algo íntimo.
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“Se você está passando por esse momento também, a mensagem que eu quero deixar é: não se sinta pressionado. Cada um tem seu tempo, fale primeiro com sua família e depois para as outras pessoas. Jamais aceite gente preconceituosa do seu lado e seja feliz”, escreveu ele.
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Confira na íntegra a carta aberta de Lucas Souza:
“Então, vamos lá pessoal! Primeiramente, quero explicar para vocês o porquê estou tomando essa decisão! A minha vida toda foi sempre pautada pela CORAGEM. As necessidades e dificuldades pelas quais eu já passei na vida, fizeram com que desde cedo eu tivesse muita coragem.
Coragem para assumir o papel de homem dentro de casa; coragem para enfrentar a pobreza e dividir os estudos com trabalho desde cedo, sacrificando assim minha infância e adolescência. Coragem para enfrentar um ambiente cheio de regras e responsabilidades como é o exército.
Também tive coragem de deixar minha vida exposta através da internet, e ainda lidar com comentários relacionados a minha sexualidade. Para mim, isso foi um problema por muito tempo. A questão é que esse assunto se tornou um problema por estar muito mal resolvido dentro de mim, e meu processo de AUTOACEITAÇÃO e descoberta foi acontecendo com toda a exposição da minha vida.
A sexualidade para alguns é algo muito simples, a autoaceitação para outros também, mas esse não foi o meu caso. Meu processo foi diferente, talvez pela mentalidade que fui criado, que o fato de ter vontade de se envolver com os dois gêneros, masculino e feminino, seria algo errado. Isso mesmo que você leu: me considero uma pessoa bissexual ou até mesmo pansexual. Na verdade, nem eu sei ainda. Estou em processo de autoconhecimento, e deveria vivê-lo no meu íntimo, porém, com tantos comentários e com essa pressão que eu estou sentindo, resolvi tornar isso público e compartilhar minhas dúvidas e incertezas com vocês.
Talvez esse não fosse o melhor momento, mas preciso tirar esse PESO que me aflige e sufoca! Durante a minha participação no reality show, sexualidade virou pauta em muitos momentos e isso me consumiu internamente. E aqui pode surgir a dúvida porque eu não falei nada naquele momento.
E eu explico: naquele momento eu precisava, antes de tudo, entender meus sentimentos, saber o porquê aquilo me deixava com tanto medo. Então, eu fui novamente corajoso e enfrentei o que mais me afligia. Tive que sofrer novamente todos os preconceitos CALADO E QUIETO, pois meus sentimentos, angústia e confusão me travaram!
Durante o confinamento, me apaixonei por uma mulher, o que é normal para o bi/pansexualismo. Essa mulher incrível me respeitou em todos os momentos e tornou-se minha amiga, além de namorada, e me aceitou exatamente do jeito que sou. Passei a criar planos com ela, mas novamente essa pressão de sexualidade veio e os comentários maldosos voltaram, só que aqui do lado de fora, aqui na vida real.
Podem questionar porque não tornei isso público depois que sai e vi todo o apoio que recebi das pessoas! Esclareço que, quando sal, eu estava certo de como seria minha vida aqui fora e como seria meus posicionamentos sobre isso, porém, percebendo as acusações, fiquei mais confuso ainda. Novamente fiquei preso, impossibilitado de falar.
Porém, faz tempo que estou pensando em tornar isso público, para me sentir mais à vontade, tirar esse peso das minhas costas e poder viver sem ser ameaçado, sem as pessoas duvidar do meu caráter. Enfim, hoje é um dia muito importante para mim, pois me sinto liberto e feliz! Espero que esse relato conscientize as pessoas, que cada um tem o seu momento, cada pessoa passa por um processo e o momento ideal de falar sobre isso cabe a cada indivíduo, de forma pessoal e intransferível.
E que todos nós, independente de raça, cor, gênero ou orientação sexual, merecemos RESPEITO!”